Desenho:André Vasconcellos.
ENTENDENDO A MODA!
por André Vasconcellos
“porque estar por dentro é fundamental”
A história da roupa de baixo do homem
O homem moderno conta com uma peça de vestuário para atrair atenções e olhares (femininos ou não) e que por muitos e muitos anos ficou escondida por debaixo de toda indumentária restante. Estou falando da cueca ou underwear, termo em inglês mais amplamente usado, inclusive em nosso país.
Sua evolução foi lenta e gradativa, e com o passar dos anos seu tamanho só fez diminuir. Ainda que existam modelos mais largos, e até as samba-canção (que mais lembram shorts curtos) as cuecas mais sedutoras são as chamadas “cavadas” na perna, dando maior dimensão ao tamanho das coxas.
Poderia citar como exemplo mais antigo da roupa íntima masculina as usadas pelos homens das cavernas. Primeiramente, eram pedaços de peles de animais, curtidas de maneira rudimentar e sem muito compromisso com a estética, sendo tão somente usada como forma de proteção das partes íntimas, que antes, ficavam expostas e correndo risco de ferimentos durante o ato da caça. Outros modelos são descritos por estudiosos com um longo pedaço de linho moldado como um triângulo com tiras nas pontas. Eram amarrados ao redor dos quadris e entrelaçados pelo meio das pernas sendo novamente amarrados nos quadris.
As civilizações evoluíram e com elas a roupa de baixo. No século XII com o desenvolvimento das armaduras de platina, faixas de linho rústico protegiam contra o metal áspero das armaduras usadas pelos cavaleiros. Historicamente, estes tecidos são considerados os reais antecedentes da roupa íntima masculina, ganhando em definitivo seu status atual.
Séculos depois, as cuecas, eram peças freqüentemente amarradas abaixo dos joelhos com fitas ou alfinetes, que aos poucos, encurtaram e foram costuradas. As roupas masculinas do século XVI eram tão brilhantes e coloridas quanto às femininas. Eram feitas de seda, tafetá e outros tecidos nobres. Claro que seu uso era exclusivo da Nobreza da época, deixando camponeses e outros menos abastados de fora.
Por volta de 1830, as roupas íntimas masculinas feitas de flanela e algodão se tornaram comuns e muito usadas. Após a Revolução Francesa, a aristocracia inglesa tornou-se o modelo da moda masculina.
Através dos séculos, alguns homens, principalmente os militares usavam roupas íntimas parecidas com os corpetes femininos, pois na época se dizia facilitar a vida em tempos de guerra.
Em 1895, o catálogo das lojas Montgomery Ward oferecia roupas íntimas masculinas feitas de algodão e flanela, mas divididas em duas peças, nas cores cinza e o bem popular vermelho. Foi uma inovação significativa, e observado com estranheza por alguns e com simpatia por outros. Em 1908 as a rede de lojas Sears lançaram catálogos oferecendo corselets masculinos para militares.
Os shorts curtos foram as novidades que chegaram com o século XX. As cuecas passaram a ser fabricadas com tecidos e elásticos e se tornaram mais confortáveis, e seu processo de fabricação evoluiu bastante, barateando e tornando mais acessível à peça de vestuário, incorporada em definitivo pelos homens.
Ao contrário da roupa íntima feminina, que tem um aspecto mais sexy, a meta da roupa íntima masculina era o conforto e simplicidade, motivo pelo qual os shorts chamados “samba-canção” se tornaram muito comuns na década de 1980.
Mais alguns anos e a lingerie dos homens evoluiu para o modelo “slip”, mais tradicional e ainda para o calção de malha e todas as formas de produtos derivadas do esporte, como os modelos ciclista, boxer e shorts. Além das fibras e formato, a nova lingerie tem um corte bem estudado, com costuras invisíveis para não machucar.
Finalizando, por mais que o tempo passe, uma coisa é certa: O homem evolui de maneira rápida, ou até mais lentamente, em alguns aspectos, porém a sua roupa de baixo parece ter sido incorporada para sempre, seja pelo seu conforto, proteção ou apenas para jogos de sedução.
Dúvidas? Perguntas? Sugestões?
André Vasconcellos – Consultoria: bravomoda@uol.com.br
André Vasconcellos mora em Curitiba-PR, é estilista formado pela UNESA – Universidade Estácio de Sá (RJ), tendo seu trabalho reconhecido e premiado em vários concursos em todo o Brasil.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
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