sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Desenho:André Vasconcellos ENTENDENDO A MODA!

por André Vasconcellos



“porque estar por dentro é fundamental”




A silhueta do espartilho



Moda vai, moda vem, e uma peça sempre é reeditada com charme, sofisticação e até mesmo apelo sexual. Estou falando do espartilho, ou corseletes como alguns conhecem. Considerado como um coringa do armário, ele compõe vários tipos de looks e sempre causa boa impressão por onde passa.

Espartilho é, basicamente, uma peça do vestuário feminino que dispõe de barbatanas metálicas e amarração nas costas. Essa peça tem como objetivo principal reduzir a cintura e manter o tronco ereto, controlando as formas naturais do corpo e conferindo a ele mais elegância.

O Espartilho surgiu por volta do século XVI. E de lá para cá eles mudaram bastante. No início eram feitos com tecidos pesadamente engomados, como os usados em tapeçaria e reforçados com junco e cordas engomadas. Atualmente temos peças muito mais leves, feitas com barbatanas ortopédicas.
Mas somente por volta do século XIX, graças à invenção dos ilhoses e o uso de barbatanas de baleia que a atenção foi voltada para a cintura e teve início a era das cinturas minúsculas, conhecida como era Vitoriana. A peça caiu em desuso no início do século XX quando foi inventado o sutiã.

No início dos anos 80 alguns estilistas trouxeram de volta à moda peças que antes tinham sido relegadas ao fetiche e dentre elas estava o Espartilho. Esse revival não durou muito. Em 1990 apenas poucos espartilhos apareciam em coleções de estilistas famosos.

Existem vários tipos de espartilhos para todos os gostos, seja para usar debaixo de alguma roupa, seja para usá-lo sozinho apenas. Sendo assim, escolha um modelo que lhe traga conforto e segurança e usufrua sua peça com classe e confiança.

Dúvidas? Perguntas? Sugestões?

André Vasconcellos – Consultoria: bravomoda@uol.com.br


André Vasconcellos mora em Curitiba-PR, é estilista formado pela UNESA – Universidade Estácio de Sá (RJ), tendo seu trabalho reconhecido e premiado em vários concursos em todo o Brasil.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Desenhos:André Vasconcellos





ENTENDENDO A MODA!*

por André Vasconcellos

“porque estar por dentro é fundamental”

A história dos trajes de banho

Uma vestimenta que sempre causou curiosidade nas pessoas e sofreu grandes transformações através dos anos foi a roupa de banho de mar. O banho de mar nem sequer era uma coisa usual em tempos remotos. Mas como não havia shoppings naquela época, eis que um novo entretenimento surgia.

Tudo começa pelo próprio hábito de tomar sol. Até finais do século XIX ter a pele bronzeada era sinal de pobreza. Só os camponeses que tinham de trabalhar de sol a sol para garantir uns trocados acabavam pegando um bronzeado. Nos países que mantinham regime de escravidão, como o Brasil, isso podia fazer com que a pessoa parecesse uma escrava, o que não era apropriado para aquele momento histórico, em uma época de violência racial. E o mar, ali tão bonito, era tão somente para ser admirado. Não passava pela cabeça de uma dama se jogar na água e nem havia roupas apropriadas para isso.

Acontece que o final do século XIX é o auge do cientificismo. Novos pensamentos e dogmas são institucionalizados, de maneira lenta e gradual. Houve uma revolução de pensamento em diversas áreas. São os médicos que vão começar a indicar os banhos de mar, instituindo-o como atividade salutar, assim como os de rio, de águas termais, etc. O próprio sol, de vilão passa para amigo, ao menos um pouco de exposição a ele era bem vinda.

É na Belle Époque que surgem os primeiros trajes de banho, uma espécie de macacão, compostos por uma espécie de calçolas e uma blusa um pouco mais cavada. Nada muito atraente ou sexy, mas ainda sim uma ousadia para a época. O traje não era tão confortável como os que temos hoje em dia, mas numa época de saias pesadas e anáguas, pode-se dizer que já facilitava bastante.

Não foram apenas os médicos quem iniciaram essa tendência de banhos de mar. O próprio sistema de transportes também foi importante, principalmente na Europa, onde era difícil se locomover até a praia ou balneários. O trem tornou tudo mais fácil, movimentando o turismo nessas regiões e proporcionando maior comodidade e facilidade para se chegar das regiões mais interioranas até o mar.

Na década de 20, a revolução de costumes pós Primeira Guerra fez com que as mulheres cortassem o cabelo e encurtassem as saias. Essas mudanças logo foram assimiladas pelos banhistas. Os trajes de banho femininos ficaram mais aderentes ao corpo e tomaram a forma de macacões. Contudo, o material era ainda um tecido bastante pesado de malha ou lã, o que dificultava os movimentos e deixava a roupa ainda muito pesada depois de molhar. Nessa época começou a ser incentivado também a prática de esportes. A natação exigia movimentos mais precisos, trajes mais leves e menores. Isso acabaria influenciando os trajes a beira mar.

Os anos trinta levaram o glamour do cinema para a beira da praia. Foi o início do luxo na Riviera francesa. Os primeiros maiôs em peça única mostravam a perna inteira, um verdadeiro escândalo para a época. Havia muito chão pela frente até chegarmos no que vemos hoje em nossas praias e piscinas.

Apesar de o biquíni ter sido lançado em 1946, os anos cinqüenta e seu moralismo comportado impediram sua difusão imediata. O que temos nessa época é uma diminuição no tamanho do maiô e modelos diferenciados tais como o tomara que caia e os de um ombro só.

O tempo e a evolução tecnológica trouxeram melhores tecidos e uma praticidade viável para o banho de mar e as praticas desportivas. A mudança de postura, moralista em outrora, também liberou os corpos para esse maravilhoso deleite, e salutar exercício que é banhar-se no mar, riachos, lagos e afins.


Dúvidas? Perguntas? Sugestões?

André Vasconcellos – Consultoria: bravomoda@uol.com.br


André Vasconcellos mora em Curitiba-PR, é estilista formado pela UNESA – Universidade Estácio de Sá (RJ), tendo seu trabalho reconhecido e premiado em vários concursos em todo o Brasil.