terça-feira, 19 de outubro de 2010




Desenhos:André Vasconcellos

ENTENDENDO A MODA!

por André Vasconcellos

“porque estar por dentro é fundamental”

A transformação do corpo


O ser humano, em contínua evolução, traça padrões de beleza cada vez mais diversos e diferentes daquele que a natureza o moldou. Vemos nos desfiles de passarela, mulheres cada vez mais magras e com silhueta reta, sendo chamadas de “cabides de roupa ambulantes”, e tendo orgulho desta alcunha! Isso já não é nenhuma novidade tanto para quem acompanha desfiles ou para àqueles que tão somente ouvem noticias sobre eventos do tipo em programas de TV.

Na parte masculina da população, temos uma variedade tão grande de tipos físicos e padrões de beleza quanto no universo feminino. Mas os que chamam mais atenção pelo seu tamanho (exagerado) e simetria diferenciada são os praticantes de musculação.

No mundo da moda, o que se diz é que as “mulheres não se vestem para agradar aos homens, e sim por competição com outras mulheres” o que parece ser a realidade. Mas e na cabeça dos homens que praticam a musculação, o que se passa?

Psicólogos diriam que é um lado Narcisista aflorado e predominante, cuja finalidade é obter prazer apenas em admirar-se no espelho, ou mostra-se para os outros, na busca de aceitação ou de algum status de grupo. Pode ser verdade, mas por vezes a tentativa de conseguir um corpo bem moldado e definido esbarra na falta de genética para tanto, e muitos recorrem aos anabolizantes para tentar escapar do que a mãe natureza lhes deu.

Sabemos que fisiculturismo ou culturismo é um esporte cujo objetivo é buscar, por meio da musculação, a melhor formação muscular. A principal finalidade seria a aquisição de volume, simetria, proporção e definição muscular. Praticada de forma moderada e assistida por profissionais, só traz benefícios. Mas e quando o praticante resolve virar um Mr.Olympia ou coisa que valha?

Conseguir tamanhas formas demanda de muita disciplina, treino, dinheiro, genética adequada e força de vontade. Não é fácil e nem rápido conseguir medidas colossais, haja vista que a musculação é um tipo de exercício resistido, com variáveis de carga, amplitude, tempo de contração e velocidade controláveis. Desse modo pode ser aplicada da forma isometria (contração mantida), isocinética (com velocidade angular constante) ou isotônica (alternância de contrações concêntricas e excêntricas), contínua ou intervalada, suave ou intensa, com recursos aeróbios ou anaeróbios. Essas formas de treinamentos são empregadas em estágios, de acordo com o desenvolvimento da pessoa e com o tempo de atividade empenhado.
Esta possibilidade de controle de tantas variáveis torna a musculação uma atividade física altamente versátil que pode ser usada para diferentes objetivos.

Na teoria, a musculação seria um esporte completo e saudável, mas na prática da musculação, por vezes muitos atletas acabam recorrendo ao uso de anabolizantes para o aumento de massa muscular em pouco tempo, que poderá ser prejudicial à saúde, já que estes são hormônios sintetizados. Contudo existem evidências cientificas dos seus danos em longo e mesmo em curto prazo no corpo humano.

Entretanto, muitos atletas, profissionais ou amadores, conscientes dos malefícios dos efeitos das drogas, procuram profissionais nutricionistas e endocrinologistas para obtenção das possíveis melhoras em seus resultados.
O uso de drogas no culturismo profissional está no mesmo patamar de outros desportos competitivos, mas tratando-se de atleta amador o caso muda de figura, sendo o desporto onde o uso de drogas é mais frequente.

Estudos recentes vêm demonstrando a importância da musculação para a manutenção da qualidade de vida na terceira idade. Além dos exercícios aeróbios, o treinamento com levantamento de peso tem sido muito bem visto pelos profissionais e pesquisadores da área. Esta é uma visão onde, para manutenção ou ganho de massa muscular, a pessoa bem orientada produz resultados mais efetivos e satisfatórios.

Dúvidas? Perguntas? Sugestões?

André Vasconcellos – Consultoria: bravomoda@uol.com.br


André Vasconcellos mora em Curitiba-PR, é estilista formado pela UNESA – Universidade Estácio de Sá (RJ), tendo seu trabalho reconhecido e premiado em vários concursos em todo o Brasil.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Desenho:André Vasconcellos.




ENTENDENDO A MODA!

por André Vasconcellos


“porque estar por dentro é fundamental”




A história da roupa de baixo do homem

O homem moderno conta com uma peça de vestuário para atrair atenções e olhares (femininos ou não) e que por muitos e muitos anos ficou escondida por debaixo de toda indumentária restante. Estou falando da cueca ou underwear, termo em inglês mais amplamente usado, inclusive em nosso país.

Sua evolução foi lenta e gradativa, e com o passar dos anos seu tamanho só fez diminuir. Ainda que existam modelos mais largos, e até as samba-canção (que mais lembram shorts curtos) as cuecas mais sedutoras são as chamadas “cavadas” na perna, dando maior dimensão ao tamanho das coxas.

Poderia citar como exemplo mais antigo da roupa íntima masculina as usadas pelos homens das cavernas. Primeiramente, eram pedaços de peles de animais, curtidas de maneira rudimentar e sem muito compromisso com a estética, sendo tão somente usada como forma de proteção das partes íntimas, que antes, ficavam expostas e correndo risco de ferimentos durante o ato da caça. Outros modelos são descritos por estudiosos com um longo pedaço de linho moldado como um triângulo com tiras nas pontas. Eram amarrados ao redor dos quadris e entrelaçados pelo meio das pernas sendo novamente amarrados nos quadris.

As civilizações evoluíram e com elas a roupa de baixo. No século XII com o desenvolvimento das armaduras de platina, faixas de linho rústico protegiam contra o metal áspero das armaduras usadas pelos cavaleiros. Historicamente, estes tecidos são considerados os reais antecedentes da roupa íntima masculina, ganhando em definitivo seu status atual.

Séculos depois, as cuecas, eram peças freqüentemente amarradas abaixo dos joelhos com fitas ou alfinetes, que aos poucos, encurtaram e foram costuradas. As roupas masculinas do século XVI eram tão brilhantes e coloridas quanto às femininas. Eram feitas de seda, tafetá e outros tecidos nobres. Claro que seu uso era exclusivo da Nobreza da época, deixando camponeses e outros menos abastados de fora.

Por volta de 1830, as roupas íntimas masculinas feitas de flanela e algodão se tornaram comuns e muito usadas. Após a Revolução Francesa, a aristocracia inglesa tornou-se o modelo da moda masculina.

Através dos séculos, alguns homens, principalmente os militares usavam roupas íntimas parecidas com os corpetes femininos, pois na época se dizia facilitar a vida em tempos de guerra.

Em 1895, o catálogo das lojas Montgomery Ward oferecia roupas íntimas masculinas feitas de algodão e flanela, mas divididas em duas peças, nas cores cinza e o bem popular vermelho. Foi uma inovação significativa, e observado com estranheza por alguns e com simpatia por outros. Em 1908 as a rede de lojas Sears lançaram catálogos oferecendo corselets masculinos para militares.

Os shorts curtos foram as novidades que chegaram com o século XX. As cuecas passaram a ser fabricadas com tecidos e elásticos e se tornaram mais confortáveis, e seu processo de fabricação evoluiu bastante, barateando e tornando mais acessível à peça de vestuário, incorporada em definitivo pelos homens.

Ao contrário da roupa íntima feminina, que tem um aspecto mais sexy, a meta da roupa íntima masculina era o conforto e simplicidade, motivo pelo qual os shorts chamados “samba-canção” se tornaram muito comuns na década de 1980.

Mais alguns anos e a lingerie dos homens evoluiu para o modelo “slip”, mais tradicional e ainda para o calção de malha e todas as formas de produtos derivadas do esporte, como os modelos ciclista, boxer e shorts. Além das fibras e formato, a nova lingerie tem um corte bem estudado, com costuras invisíveis para não machucar.

Finalizando, por mais que o tempo passe, uma coisa é certa: O homem evolui de maneira rápida, ou até mais lentamente, em alguns aspectos, porém a sua roupa de baixo parece ter sido incorporada para sempre, seja pelo seu conforto, proteção ou apenas para jogos de sedução.

Dúvidas? Perguntas? Sugestões?

André Vasconcellos – Consultoria: bravomoda@uol.com.br


André Vasconcellos mora em Curitiba-PR, é estilista formado pela UNESA – Universidade Estácio de Sá (RJ), tendo seu trabalho reconhecido e premiado em vários concursos em todo o Brasil.