segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ilustração:André Vasconcellos.
ENTENDENDO A MODA!

por André Vasconcellos

“porque estar por dentro é fundamental”

O sutiã

Uma peça que algumas mulheres odeiam e outras idolatram sem duvida nenhuma é o sutiã. Quando uma menina vê-se tendo que fazer uso de um sutiã uma aura de rito de passagem se insere em todo o contexto de seu uso. Sua opinião pode até mudar com o tempo, mas a verdade é que para a maioria das meninas, significa amadurecimento, e uma chance de chamar atenção dos meninos!

Tudo começou há 100 anos. Mary Phelps Jacobs patenteava nos Estados Unidos o sutiã. A invenção tinha o objetivo de acomodar os seios, possibilitando moldá-los, diminui-los, escondê-los ou exibi-los. Transformou a coadjuvante roupa de baixo em protagonista do figurino da mulher com lingeries sensuais. Antes, o acessório discreto era usado escondido, mas hoje é usado até como roupa de cima.

Esta peça de roupa tornou-se um aliado na busca da beleza, do conforto e da sedução.
Tudo começou com um gesto de rebeldia. Jovem nova-iorquina, Mary Jacobs revoltou-se contra o espartilho de barbatana que não só a apertava como sobrava no vestido de noite que acabara de comprar. Com a ajuda de sua empregada, fez uma espécie de porta-seios tendo como materiais dois lenços, uma fita cor-de-rosa e um cordão. Depois de confeccionar cópias para as amigas, resolveu comercializar a invenção. Mais interessado no sucesso de sua criação nas festas do que nas lojas, acabou por vender a patente por U$1.550,00 dólares para a Warner Bros.

Há milênios as mulheres vinham procurando uma matéria-prima para confeccionar algo que desafiasse a lei da gravidade e sustentasse os seios. Referências revelam que em 2000 a.C., na Ilha de Creta, elas usavam tiras de pano para modelá-los. Mais tarde, as gregas passaram a enrolá-los para que não balançassem. Já as romanas adotaram uma faixa para diminuí-los. O espartilho surgiria na Renascença para encaixar a silhueta feminina no padrão estético imposto pela aristocracia. Por meio de cordões bem amarrados, ele apertava os seios a tal ponto que muitas desmaiavam. O sutiã apareceu para libertar a mulher daquela ditadura.

Na década de 1920, os sutiãs compunham o estilo dito "garçonne" e achatavam o busto. Nos anos 30, a silhueta feminina volta a ser valorizada. Surgem os bojos de enchimento e as estruturas de metal para aumentar os seios. Nos anos 50, com o advento do nylon, as peças ficam mais sedutoras e conquistam as estrelas de Hollywood. Nos anos 60, as feministas queimam em praça pública a peça que consideravam símbolo da opressão masculina. Este fato apenas colaborou com o aumento das pesquisas de matérias, novos formatos e feitios, já que de qualquer forma, querendo ou não, seu uso seria necessário, mesmo que por questões estéticas ou de saúde.

Não é difícil andar na rua e ver as alças aparentes, expostas como charme, ou mesmo por deselegância. Muitas mulheres o usam e o amam, mas como toda unanimidade é burra, existem outras tantas que simplesmente o ignoram!

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André Vasconcellos – Consultoria: bravomoda@uol.com.br

André Vasconcellos mora em Curitiba-PR, é estilista formado pela UNESA – Universidade Estácio de Sá (RJ), tendo seu trabalho reconhecido e premiado em vários concursos em todo o Brasil.

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